O Brasil continua sendo um dos países mais desiguais da América Latina e do mundo, conhecido por sua alta concentração de renda, onde o 1% mais rico da população detém 28,3% da renda total (IPEA, 2023). Em 2022, 30,7% das famílias viviam em insegurança alimentar moderada e grave, sendo que nesse grupo estavam quase 9% das famílias (ou 33 milhões de pessoas) em situação de fome (PENSSAN, 2022).
Além disso, o país também apresenta notáveis disparidades regionais, raciais e de gênero. Os índices de pobreza nos estados do Norte são 3 vezes maiores do que no Sul e, em 2019, cerca de 3 em cada 10 pessoas pobres eram mulheres afrodescendentes que viviam em áreas urbanas (Grupo Banco Mundial, 2023).
Esses problemas sociais (desigualdades de renda, insegurança alimentar, desigualdades de gênero e raça, acesso a direitos básicos universais, etc.) são a base para a inovação social, um conceito que busca uma nova forma, e melhor, para resolver questões de interesses socioeconômicos. Então, podem ser criados produtos e/ou serviços, seja por objetivo meio ou fim, para sanar esses desafios que são vistos como sensíveis e necessários ao tecido social.
ESG e a Justiça Social: como esses temas se cruzam e colocam as empresas no protagonismo da inovação social?
É neste ponto de justiça social que as organizações, e no caso do ESG são as privadas, passam a entender o seu papel de agente de transformação social, discorrendo sobre problemas como algo relevante e prejudicial que merecem atenção mas, sobretudo, ação. Através dos valores morais diante das injustiças vivências pela comunidade onde está inserida, é que a empresa refina sua conduta de responsabilidade e atinge certo nível de maturidade para iniciar a sua missão social.
Neste novo contrato social – agora não somente com acionistas ou sócios, mas com a sua comunidade – é que a empresa amplia sua ação social e implementa o ESG, dentro e fora dos muros da organização. Seu impacto social é mitigado e sua geração de valor é ampliada para esta transformação social.
É importante salientar que a inovação social pode ajudar a empresa a fazer o bem para a sua comunidade, mas isso não significa que ela resolverá todos os problemas existentes na sociedade. Por isso, é importante saber o papel de cada ente, público ou privado, para que quaisquer iniciativas não sejam inibidas diante da complexidade e das disparidades vivenciadas atualmente.
Quer saber mais sobre o tema?
Assista o Talk Sustentável “INOVAÇÃO SOCIAL E ESG: PAPEL DAS EMPRESAS DIANTE DAS DESIGUALDADES SOCIAIS”
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