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ESG e Espiritualidade Corporativa: desenvolvimento humano para potencializar a sustentabilidade

Dra. Gisele Victor Batista
Consultora, Palestrante e Mentora em Sustentabilidade, ESG e Responsabilidade Social nas empresas.

Estamos iniciando uma (R)evolução pela sustentabilidade e as armas desta nova batalha estão mudando. Se antes buscávamos a superação antrópica sobre os efeitos da natureza, hoje precisamos compreender aspectos importantes de seus processos, especialmente, a partir da perspectiva do desenvolvimento dos seres humanos.


Se ousamos entender, o progresso será possível, destaca Immanuel Kant!


Este é um chamado à reflexão para incluir a sustentabilidade no avanço da humanidade, cujo otimismo é estar aberto a uma nova mentalidade para fazer negócios e gerenciar pessoas. As empresas estão doentes e estão adoecendo seus colaboradores e o planeta. Elas estão carentes de alma, de essência e de sentido de propósito maior, pois ainda acreditam na perspectiva do lucro como a única ponte de construção do futuro.


Então, é necessária uma nova visão sobre sustentabilidade corporativa, além dos processos organizacionais ou equipamentos inovadores, mas centrar os esforços no desenvolvimento dos seres humanos, fomentando o sentido de solidariedade para eliminar vícios e incorporando a espiritualidade para fortalecer as relações nas empresas. Por isso, entender é diferente de explicar, uma vez que está associado à nossa capacidade de adquirir conhecimento para resignamos nossa miséria em justificar nossa omissão na implantação de práticas mais humanizadas e sensíveis dentro das organizações.


A falta de sustentabilidade é resultado de um ato antissocial, do abandono da prosperidade pela riqueza, abdicando da visão coletiva para suprir necessidades individuais (egoísmo), e por acreditar que o dinheiro se sobrepõe à valorização da vida. Esta carência de inteligência espiritual tem alimentado a sensação de vazio, nas pessoas e nas organizações, e ocasiona intolerância à diversidade humana e degradação da qualidade socioambiental do planeta.


Somos seres colaborativos por natureza e precisamos desta complexa teia social para (re)produzirmos a vida, cada qual fornecendo a sua parte, numa cooperação mútua e benéfica. Cada ser humano tem a capacidade de compartilhar com o coletivo o que é mais valioso para si mesmo, aquilo que dá suporte à sua própria razão de existir (propósito), em troca de algo que, também, permite a manutenção de sua necessidade de existência (bens materiais).


O sentido de existir, seja de uma pessoa ou organização, atende a sustentabilidade quando acontece num “jogo de soma”, onde todas as partes interessadas, indiferente da escala e/ou proporção, entendem o impacto do mundo em si, ao mesmo tempo que consegue impulsionar seu impacto neste mesmo mundo.

Esta é a parte racional da (r)evolução pela sustentabilidade: não é uma revolução para a sobrevivência sob o aspecto do interesse individual, mas um apelo à humanidade para nos dirigirmos a um desenvolvimento que visa o benefício coletivo, tornando não somente uma sociedade rica pela possibilidade e acúmulo de bens materiais, mas, além disso, para conquistar o ideal de prosperidade como parte permanente da condição e de sentido de existência humana. É uma (r)evolução pela retomada da sensibilização, enaltecendo a importância do equilíbrio da vida em todas as suas formas, com integridade, justiça e paz.


Neste novo mindset da (r)evolução da sustentabilidade, a visão de futuro é resultado da co-criação e expansão da consciência coletiva pela valorização da natureza, dos seres humanos e do meio ambiente, trazendo satisfação e gerando confiança e segurança em toda sociedade. Pessoas e empresas se misturam e se complementam como agentes sociais de transformação, num trabalho conjunto despertado pelo espírito de colaboração, humanização e respeito.

Assim, é possível medir o sucesso de uma empresa, ou seja, a sua capacidade de impactar positivamente suas partes interessadas, transformando vidas e gerando mudanças significativas no tecido social do qual a organização faz parte. Então, acontece a (r)evolução pela sustentabilidade, transpondo o ganho temporário (lucro) para o sucesso duradouro de todos os stakeholders (prosperidade), pois a empresa adquiriu a capacidade de diluir seu propósito maior em pequenas frações e potencializá-los na vida de seus colaboradores, dando significado e relevância ao trabalho individual, e estimulando a construção de um futuro coletivo.


Na (r)evolução pela sustentabilidade, “entender” significa estar num estado interior de criação e renovação constante, deixando aflorar a paixão pela vida e entrando no fluxo de confiança no mundo. Mas para gerar este novo ciclo é preciso desenvolver a inteligência espiritual nos negócios, entendendo que seu crescimento diz respeito, acima de tudo, ao crescimento das pessoas.


Assim, empresas e pessoas tornam-se num organismo híbrido, vivendo em pleno movimento com o fluxo da vida e da prosperidade do mundo.

Assista o Talk Sustentável – 22/01/24 – 11h – Conexões com a Natureza: transformar humanos para potencializar a sustentabilidade, e entenda como as empresas conscientes se preocupam com questões importantes sobre a sustentabilidade, mas, antes de tudo, elas colocam seus colaboradores no protagonismo deste processo, com otimismo e muita humanização.

Caso queira fazer o download da apresentação da live, basta preencher o formulário abaixo.

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